Empresas de têxteis de Barcelos e Famalicão destacam-se pela inovação

Impetus

O Presidente da República visitou hoje, sexta-feira, duas fábricas têxteis de Barcelos e Famalicão, destacando a tecnologia utilizada e os artigos de excelência que produzem, no âmbito de mais uma jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica.

A primeira a ser visitada por Aníbal Cavaco Silva foi uma fábrica de roupa interior de Barcelos, que este ano “premiou” os trabalhadores com o 15.º mês de ordenado.

Fonte da empresa explicou à Lusa que a administração decidiu, este ano, pagar o 15.º mês para “premiar” os trabalhadores pelo aumento “muito significativo” da facturação, que subiu de 35,3 milhões de euros em 2013 para 41,6 milhões em 2014.

Propriedade de Alberto Figueiredo, antigo presidente da Câmara de Esposende (PSD), a fábrica Impetus tem nas cuecas para incontinentes urinários a sua mais recente inovação, pois retêm urina e neutralizam odores, pensadas para substituir fraldas ou pensos.

O tecido foi “inventado” pelo Grupo de Investigação em Materiais Fibrosos da Universidade do Minho, o parceiro escolhido pela Impetus para dar aquele salto tecnológico.

No final da visita, e antes de uma foto de família com os trabalhadores da empresa, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, comentou que “as pessoas quando vestem estas peças de roupa não imaginam a tecnologia que está na sua origem”.

Actualmente, o Grupo Impetus, constituído por 12 empresas, tem 860 trabalhadores, dos quais 693 em Portugal. Exporta 95 por cento da sua produção.

Os trabalhadores beneficiam de vários apoios sociais, como estágios de verão e bolsas e estudo para os filhos, subsídios de infantário, creche e casamento e ginástica laboral.

Na segunda etapa desta jornada, o Presidente da República visitou a Scoop, uma empresa têxtil de Famalicão que estará presente na 50.ª edição do “super bowl” da liga americana de futebol, marcada para Fevereiro de 2016, já que foi escolhida para confeccionar uma linha de vestuário comemorativo do evento.

Cavaco Silva considerou que “aquilo que distingue esta empresa é a diferença ao produzir artigos de excelência”.

Numa empresa onde 90 por cento dos trabalhadores são mulheres, o Presidente da República afirmou que esta funciona bem “porque é dominada por mulheres”.

O “super bowl” é o jogo que decide o campeão da temporada, sendo o evento desportivo e o de maior audiência nos Estados Unidos da América.

A Scoop vai produzir 30 mil peças para o “merchandising” da competição, entre blusões, corta-ventos e camisolas de rede típicas do futebol americano.

A última grande presença da empresa em eventos desportivos foi nos Jogos Olímpicos de inverno, que aconteceram em 2014 em Sochi, na Rússia.

A empresa produz vestuário técnico para equipar esquiadores de Courchevel, montanhistas no Evereste, ‘snowboarders’ na Argentina, jogadores de basquete do Bronx, caçadores nas coutadas das famílias reais inglesas, cavaleiros nas pistas de cavalos em França, bombeiros de Barcelona e equipas de emergência médica em Madrid.

Neste momento, a Scoop trabalha, por exemplo, no fabrico de capas para os cocheiros da Rainha de Holanda, na produção de um casaco com leds para as equipas de salvamento de altas montanhas, num casaco com ‘airbag’ incorporado para a equitação e num blazer com protecção cervical para os universos da equitação e do ski.

A empresa nasceu em 2001, tem actualmente 65 trabalhadores e exporta 100 por cento da sua produção.

Em 2014, a facturação ascendeu a mais de 7 milhões de euros.

Constituiu-se inicialmente como uma parceiro das principais marcas associadas ao vestuário técnico dedicado à prática de desportos de inverno, mas ao longo do tempo foi adquirindo uma especialização noutras áreas.