Pedro Proença diz que futebol português não merece os árbitros que tem

 

O árbitro internacional de futebol Pedro Proença saiu em defesa de Artur Soares Dias, alvo de fortes críticas por parte do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, frisando que Portugal não merece a arbitragem que tem. O juiz, que falava à margem das entregas das insígnias da FIFA, atribuídas a 30 árbitros e árbitros assistentes, lembrou que “a arbitragem portuguesa continua a ter árbitros nas competições maiores”, rebatendo as acusações de Pinto da Costa, que, no Benfica-FC Porto, disse que Artur Soares dias teve uma prestação “escandalosa”. “Os árbitros portugueses continuam a ter o reconhecimento de que temos a melhor arbitragem do Mun-do em muitas situações, continuamos a arbitrar finais de Liga dos Campeões, continuamos a arbitrar finais de Campeonatos da Europa, por isso, se calhar o futebol português é que não merece esta categoria de árbitros que tem”, disse. Para Pedro Proença não restam dúvidas de que o regulamento tem de ser aplicado. O árbitro de Lisboa, de 43 anos, deixou claro que o responsável máximo dos “dragões” foi longe de mais nas declarações. “Quando falhámos somos penalizados por isso, portanto, terá também que acontecer com treinadores, jogadores e naturalmente com os dirigentes. Que punição? Os árbitros não fazem comentários sobre como devem ser punidas as infracções disciplinares. Existem órgãos competentes que tomarão as medidas necessárias”, atirou. À semelhança de Pedro Proença, José Gomes, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, defendeu que as sanções deveria ser idênticas às da Grã-Bretanha. “Li há dias que em Inglaterra um treinador por dizer que uma arbitragem foi vergonhosa teve uma multa de 10 mil euros. Se calhar temos de ir por aí”, afirmou. Menos crítico, Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), relembrou que não há “vetos nas nomeações”. “Continuaremos a fazer as nomeações consoante os critérios que temos já definidos. Estas críticas não irão condicionar qualquer decisão, nem contemplamos vetos de nenhum clube”, asseverou. Na cerimónia de entrega das insígnias aos 30 portugueses, número nunca antes atingido pela arbitragem lusa, Fernando Gomes, presidente da FPF, relembrou que esta foi uma “semana extremamente positiva para o futebol português”.